Aprenda com o silêncio a ouvir os sons interiores da sua alma, a calar-se nas discussões e assim evitar tragédias e desafetos... Aprenda com o silêncio a aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho gritar lá fora, a evitar reclamações vazias e sem sentido... Aprenda com o silêncio a reparar nas coisas mais simples, valorizar o que é belo, ouvir o que faz algum sentido... Aprenda com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores... Aprenda com o silêncio que a vida é boa, que nós só precisamos olhar para o lado certo, ouvir a música certa, ler o livro certo. Aprenda com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar. Como a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa. Aprenda com o silêncio a respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e sabe que precisa corrigir, e enxergar aqueles que você ainda não descobriu. Aprenda com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares... Aprenda com o silêncio a respeitar o seu "eu", a valorizar o ser humano que você é, a respeitar o Templo que é o seu corpo, e o Santuário que é a sua vida. Aprenda hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor que muito falar... Na natureza tudo acontece com poder e silêncio, com um silêncio poderoso; por vezes, o silêncio é confundido com fraqueza, apatia ou indiferença. Pensa-se que a pessoa portadora dessa virtude está impedida de reclamar seus direitos e deve tolerar com passividade todos os abusos. Acredita-se que o silêncio não combina com o poder, pois este tem-se confundido com prepotência e violência. Sempre que a palavra poder lhe vier à mente, lembre-se do Sol que nasce e se põe em profunda quietude; move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar. Acaricia as pétalas de uma rosa sem a ferir, e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar; vamos encontrar na natureza lições preciosas a nos dizer que o verdadeiro poder anda de mãos dadas com a quietude. As estrelas e galáxias descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelas vias inexploradas do cosmos, mas nunca deram sinal da sua presença pelo mais leve ruído. O oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença. A luz, a vida e o espírito, os maiores poderes do universo, atuam com a suavidade de uma aparente ausência. Como nos domínios da natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em atos de violência física. Quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência. A violência é sinal de fraqueza, a benevolência é indício de poder. Os grandes mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mais perfeita quietude e benevolência. Deus, que é o supremo poder, age com tamanha quietude que a maioria dos homens nem percebe a Sua ação. Essa poderosa força, na qual todos estamos mergulhados, mantém o Universo em movimento, faz pulsar o coração dos pássaros, dos bandidos e dos homens de bem, na mais perfeita leveza. Até mesmo a morte chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico. O verdadeiro poder chega: sem ruído, sem alarde e sem violência. "Bem aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra". "Boa Terra em teus pés, Água o bastante em tua semente, bom Vento para o teu sopro, Fogo em teu coração e muito Amor em teu ser.” "O êxito ou o fracasso de sua vida não depende de quanta força você põe em uma tentativa, mas da persistência no que fizer." E em respeito a você, eu me calo, me silencio, para que você possa ouvir o seu interior que quer lhe falar, desejar-lhe uma vida vitoriosa.Desejo uma semana de Paz e Silêncio para você.
*Jean-Yves Leloup, doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia, escritor,conferencista, dominicano e depois padre ortodoxo, oferece através dos seuslivros, conferências e seminários um aprofundamento dos textos sagrados,assim como uma abordagem e uma reflexão extremamente ricas sobre aespiritualidade no quotidiano graças à uma formação pluridisciplinar de raracomplementaridade. Membro da organização das Tradições Unidas, doutorhonoris causa e ciências da Universidade de Colombo (Sri Lanka), Jean-YvesLeloup ensina na Europa, nos Estados Unidos e na América do Sul emdiferentes universidades e institutos de pesquisa em antropologiafundamental. É autor de mais de cinqüenta obras, além de ter comentado etraduzido os evangelhos de Tomé, Maria de Magdala, Felipe e João. Eleparticipa igualmente de vários encontros entre as diversas tradições.
Recebida de Suzana
domingo, 13 de setembro de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Tentar
Pros erros há perdão; Pros fracassos, chance;
Pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração ou
economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor
não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar...
(Luiz Fernando Veríssimo)
Pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração ou
economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor
não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar...
(Luiz Fernando Veríssimo)
domingo, 19 de abril de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Machado de Assis
´´Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar. (Memórias Póstumas de Brás Cubas)´´
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
(Cora Coralina)
Não sei se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
Se não tocarmos o coração das pessoas.
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
Se não tocarmos o coração das pessoas.
Mário Quintana
Tenta Esquecer-me
Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar
Um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos riosÉ não poder parar!
Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar
Um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos riosÉ não poder parar!
Fernando Pessoa
A abelha que, voando, freme sobre
A colorida flor, e pousa, quase Sem diferença dela
À vista que não olha,
Não mudou desde Cecrops.
Só quem vive
Uma vida com ser que se conhece
Envelhece, distinto
Da espécie de que vive.
Ela é a mesma que outra que não ela.
Só nós — ó tempo, ó alma, ó vida, ó morte!
—Mortalmente compramos
Ter mais vida que a vida.
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
—Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
A colorida flor, e pousa, quase Sem diferença dela
À vista que não olha,
Não mudou desde Cecrops.
Só quem vive
Uma vida com ser que se conhece
Envelhece, distinto
Da espécie de que vive.
Ela é a mesma que outra que não ela.
Só nós — ó tempo, ó alma, ó vida, ó morte!
—Mortalmente compramos
Ter mais vida que a vida.
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
—Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Carlos Drummond de Andrade
O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,e nem sempre sabe sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,é semeado no vento,na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)a cada instante de amor.
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,e nem sempre sabe sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,é semeado no vento,na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)a cada instante de amor.
Paulo Coelho
Escute seu coração. Ele conhece todas as coisas, porque veio da Alma do Mundo e um dia retornará para ela.
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